Executado pelo Serviço de Enfermagem e Gestão em Saúde do Amazonas (Segeam) em cinco policlínicas de Manaus, o Programa Pé Diabético e Lesões Cutâneas Crônicas está completando cinco anos em 2019. Entre os objetivos da iniciativa estão: evitar a hospitalização de pacientes com lesões provocadas por complicações da doença e estimular a melhoria da qualidade de vida.
Considerada uma síndrome metabólica, o Diabetes Mellitus traz como conseqüência de seu descontrole, ocasionado por níveis de glicemia anormais, lesões de difícil cicatrização nos pés, que podem se expandir para os tornozelos. Hoje, o pé diabético é a principal causa de amputação de membro inferior no País, já que portadores da doença em fase descontrolada têm de 15 a 40 vezes mais chances de perder o membro em decorrência da alteração.
Evolução e controle
A enfermeira estomaterapeuta da Segeam, Karina Barros, destaca que o problema começa com uma lesão no pé e, em caso de complicações vasculares, pode levar à amputação.
A notícia boa é que, além de ter prevenção, o problema pode ser controlado com ajuda especializada, envolvendo equipes multidisciplinares com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, assistentes sociais e até psicólogos, os quais prestam apoio psicossocial.
“A prevenção ocorre através do controle da glicemia e do tratamento precoce de pequenas alterações, como bolhas nos pés, vermelhidão, deformidades, aumento da sensibilidade, etc. No caso das lesões expansivas, a enfermagem tem papel essencial no processo terapêutico, pois o controle e a remissão das feridas nos pés dependem, em grande parte, de curativos utilizando medicamentos avançados e muita orientação”, explicou Karina Barros.
De acordo com a enfermeira, qualquer ferida no pé merece atenção redobrada, especialmente quando se desenvolve em pessoa diabética. O controle ambulatorial também deve ser levado à risca, uma vez que inclui orientações importantes, tais como evitar locomoção prolongada ou exercícios que forcem o membro afetado; manter uma alimentação rica em vegetais e com pouco carboidrato, como a farinha, ajudando no controle da glicemia; uso correto dos medicamentos prescritos pela equipe médica, entre outros.
Participação
O programa é desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas (Susam) e teve início em 2014. Conforme dados da Segeam, são registrados, em média, 3,3 mil atendimentos ao mês, incluindo cinco policlínicas do Governo do Estado, situadas em diferentes áreas de Manaus e que têm o programa implantado: Dr. José Lins (Redenção, zona Centro-Oeste), Codajás (Cachoeirinha, zona Sul), Zeno Lanzini (Tancredo Neves, zona Leste), Gilberto Mestrinho (Centro) e Danilo Corrêa (Cidade Nova, zona Norte).
A participação no Programa Pé Diabético ocorre através de encaminhamento ao ambulatório mais próximo da residência do paciente, por médico ou enfermeiro, após alta hospitalar. “A internação é indicada, geralmente, a pacientes com lesões avançadas. Mas, mesmo após a alta, é preciso acompanhamento, pois pode haver necessidade de troca de curativos e avaliação periódica de evolução”, frisou.