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Criado pela Segeam, programa de apoio à saúde mental já ultrapassa 3,4 mil atendimentos

O Programa Ações que Resgatam acumulou, em 2021, quase 3,5 mil atendimentos

O Programa Aões que Resgatam acumulou, em 2021, quase 3,5 mil atendimentos

O Programa Ações que Resgatam, criado pela Associação Segeam (Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas), após o início da pandemia da Covid-19, acumulou, em 2021, quase 3,5 mil atendimentos a profissionais de saúde e colaboradores vinculados à instituição. A iniciativa surgiu com o propósito de prestar apoio multidisciplinar àqueles que atuam na linha de frente, e que garantem uma assistência humanizada e de qualidade à população atendida no âmbito do SUS (Sistema Único de Saúde) no Estado.

Os dados compilados em janeiro deste ano, pela Associação, mostram que, entre os atendimentos, 1.947 (57,14%) foram feitos pela equipe de psicologia do programa; 783 pela fisioterapia e 677 por assistentes sociais. As informações foram apresentadas ao Instituto Qualisa de Gestão (IQG), no processo de Certificação por Distinção do Serviço de Enfermagem em andamento na Segeam. A certificação tem por objetivo reenquadrar a enfermagem na estratégia das organizações onde atuam. O programa foi avaliado como um incentivador para melhoria da qualidade de saúde profissional e consequentemente a melhoria da qualidade da assistência.

De acordo com a coordenadora do programa Ações que Resgatam, psicóloga Quézia Freitas, os atendimentos seriam, inicialmente, temporários. Mas, com o avanço da pandemia da Covid-19 no Estado, que resultou no aumento expressivo de atendimentos nas unidades públicas de saúde nas quais atuam os colaboradores da Associação, notou-se a necessidade de tornar o programa permanente, de forma a ampliar o acolhimento de profissionais e seus familiares.

A Segeam é, hoje, uma das principais prestadoras de serviços de enfermagem especializada ao SUS no Amazonas, com mais de 1,1 mil associados. Os números gerados a partir dos atendimentos poderão ser utilizados, no futuro, como indicadores para a formulação de políticas na área da saúde mental, tendo como público-alvo os profissionais da saúde, os quais figuram entre as principais atores afetados pela pandemia.

“Nossos colaboradores atuam na linha de frente e absorvem boa parte dos impactos causados pela pandemia, principalmente, em unidades de grande porte para o atendimento em alta complexidade, como é o caso dos prontos-socorros Dr. Platão Araújo, 28 de Agosto e Dr. João Lúcio, além das maternidades públicas. Vivemos momentos difíceis e entendemos que esse apoio é essencial para que os profissionais mantenham o equilíbrio durante a assistência, pois, para cuidar de alguém, precisamos antes, focar no autocuidado”, destacou Quézia Freitas.

*Pesquisa aponta os impactos da pandemia na saúde mental*

Buscando dados sobre os impactos da pandemia na saúde mental dos profissionais que atuam no SUS, em Sáo Paulo (SP), o IQG desenvolveu uma pesquisa, a qual apontou que 93,3% dos entrevistados apresentaram, ao longo de 2021, quadros de sobrecarga mental e sensação de fadiga. Outros 92,2% relacionaram o estresse do trabalho à irregularidade do sono e apetite, além de enjoo e náusea.

A pesquisa “Segunda Vítima”, validada pelo CEP – Comitê de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS/SP), abrangeu 1.561 profissionais – médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem – que trabalham em UBSs, AMAs, UPAs e hospitais da cidade de São Paulo.

Questionados sobre suporte emocional, 62,6% dos profissionais afirmam que discutir as situações ruins com os colegas oferece sensação de alívio. Mas 85,7% dos participantes disseram que buscam esse suporte emocional entre amigos e familiares.

Entre os 1.561 profissionais que participaram da pesquisa realizada pelo IQG, 29,6% ultrapassam 12 anos de profissão; 16,7% têm de 9 a 11 anos; 16,2% estão entre 6 e 8 anos de carreira. Outros 19% têm entre 3 e 5 anos; já 18,5% responderam ter 2 anos de profissão ou menos. 

O maior percentual de respondentes foi de agentes comunitários de saúde (29,7%), seguido por enfermeiros (15,1%), técnicos e auxiliares de enfermagem (13,6% e 11,3% respectivamente) e médicos (9,2%). Dentistas (2,9%), assistentes sociais (1,1%), psicólogos (1%) e fisioterapeutas (0,8%) também participaram.