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Ganho excessivo de peso durante a gravidez aumenta os riscos de eclampsia, diabetes gestacional e parto cirúrgico

O ganho de peso excessivo durante o período da gravidez é uma das preocupações dos especialistas durante o pré-natal, pois pode ocasionar prejuízos à saúde da gestante e do feto, principalmente se estiver associado a outras comorbidades, como hipertensão arterial e diabetes.

O ganho de peso excessivo durante o período da gravidez é uma das preocupações dos especialistas durante o pré-natal, pois pode ocasionar prejuízos à saúde da gestante e do feto, principalmente se estiver associado a outras comorbidades, como hipertensão arterial e diabetes. Uma das consequências é a pré-eclampsia, alteração que provoca convulsões, picos de pressão alta e inchaços no corpo e é responsável por cerca de 15% das mortes maternas no país. O sobrepeso também eleva as chances de ocorrência de partos cirúrgicos.

Segundo a enfermeira obstetra da Associação Segeam (Sustentabilidade, Empreendedorismo e Gestão em Saúde do Amazonas), Gizelle Cavalcante, o ganho de peso considerado normal por especialistas, durante os nove meses de gestação de uma mulher, varia de 11 a 15 quilos, e depende de diversos fatores. A maior parte dos quilos é adquirida entre o 2º e o 3º trimestres. O feto representa cerca de 25% do ganho total de peso, a placenta 5% e o fluido amniótico 6%. O restante é considerado acúmulo de tecido adiposo (gordura), que serve de reserva energética para suprir longos períodos de jejum.

Ela explica que um dos colaboradores para o aumento de peso é o crescimento do feto, o que é normal, já que a mulher precisa gerar mais energia durante esse processo e, assim, passa a se alimentar com mais frequência e, às vezes, em maior quantidade. Outro fator, que merece atenção redobrada, é a ansiedade, a qual leva à ingestão inadequada de alimentos. “Em caso de necessidade, o acompanhamento psicológico também é muito bem-vindo”, destacou.

Fatores de risco e IMC

O aumento de peso é considerado fator de risco para a obesidade, a hipertensão e a diabetes gestacional e também pode contribuir para quadros futuros de diabetes tipo 2 e até obesidade na infância ou vida adulta do bebê. “O recomendado é que haja um acompanhamento médico, de um enfermeiro obstetra e, se possível, nutricional durante toda a gravidez e também no puerpério. Isso ajudará a manter uma alimentação equilibrada e um cardápio com os nutrientes e vitaminas necessários ao desenvolvimento do feto e à manutenção da saúde da mãe”, destacou.

De acordo com ela, o IMC (Índice de Massa Corporal) de uma gestante com peso abaixo do ideal é IMC < 18,5. O considerado adequado vai de 18,5 a 24,9 e o de sobrepeso varia entre 25 a 29,9. Já as gestantes consideradas obesas têm IMC > 30. O IMC é calculado através da seguinte fórmula: peso dividido pela altura multiplicada por dois. “Por isso, reforçamos sempre a importância do pré-natal como um aliado para esse acompanhamento e para um eventual alerta no caso de peso inadequado”, destacou Gizelle Cavalcante, que atua como supervisora na Maternidade Ana Braga, do Governo do Amazonas.